Páginas

sábado, 30 de julho de 2011

Fever to Tell: O Punk é uma arte

Yeah Yeah Yeahs - Fever to Tell (2003)




O Yeah Yeah Yeahs deve grande parte da sua visibilidade à personalidade excêntrica de Karen O. O gosto particular pela moda, a fobia ao público, e as performances raivosas, o que inclui  beber e cuspir cerveja sob o palco atraíram a atenção para a banda tão rapidamente quanto Fever to Tell se tornou alvo de aclamação pela crítica.
O ritmo criado pela banda, que funde a sonoridade suja do punk dos anos 70 à uma batida dançante, faz deste álbum não só um manifesto de rebeldia adolescente, mas também o berço do nascimento de um estilo musical cheio de referências e ainda assim inovador.
É impossível não traçar um paralelo entre Fever to Tell Juju(1981), álbum da banda Siouxsie & The Banshees, começando pelas semelhanças vocais de Karen e Siouxsie, que chegam a ser assustadoras.
Juju também forja a união entre a sonoridade punk e os ritmos eletrônicos resultando em um trabalho cheio de experimentalismo e exotismo.
Rich, faixa de abertura de Fever to Tell, é um misto de eletro com punk que merece destaque. O feminismo pontiagudo característico de Karen O aparece impiedoso logo de início: "Tão convencido. Queria que você me pegasse de jeito". 
Os gritos estridentes da vocalista em Date With The Night deixam clara a razão pelo qual o termo "barulhento" é frequentemente atribuído ao álbum.
"Eu tenho um homem que faz o demônio empalidecer". Mais uma vez o feminismo desenfreado de Karen. O nome da música: Man. É necessária alguma explicação mais detalhada?
Tick é essencialmente punk. Sem adornos. Para completar esta seção de puro punk: Black Tongue, a faixa mais obscena do Yeah Yeah Yeahs.
Pin foi lançada como single mas não obteve uma boa repercussão nas paradas musicais. É a primeira faixa de Fever to Tell mais voltada para o pop. Um dos melhores momentos do álbum.
É impossível não se deixar levar pelo ritmo hipnótico de Cold Light. Dançante e cheia de energia.
No No No é outro momento brilhante de Fever to Tell. A sonoridade mutante aliada a uma letra cheia de lirismo fazem deste momento um dos mais emotivos do álbum.
O momento mais gratificante do álbum é, sem dúvida alguma, quando entramos na atmosfera quase minimalista de Maps. A música, aparentemente um pedido de Karen O ao líder do Liars para que não se fosse da sua vida, aparece em praticamente todas as listas de melhores dos anos 2000. Na lista feita pela revista Rolling Stone com as 500 Melhores Músicas de Todos os Tempos, Maps aparece em 386º lugar.
 O nome Y Control faz referência ao cromossomo Y masculino. Tendo uma abordagem semelhante à de Maps, contribuiu na divulgação de Fever to Tell, sendo lançada como single. O videoclipe causou polêmica: crianças carregam um cão morto e se auto mutilam .
Modern Romance é mais uma pérola emotiva depois das guitarras nervosas que permeiam boa parte do álbum.
Fever to Tell foi nomeado a um Grammy na categoria Melhor Álbum de Música Alternativa e veio a  aparecer nas revistas Rolling Stone, Pitchfork Media e New Music Express como 28º, 24º e 5º melhor álbum da década, respectivamente.
Nunca anteriormente uma banda havia sido tão bem sucedida fundindo a agressividade punk à uma atmosfera melancolicamente bela como o Yeah Yeah Yeahs em seu álbum de estréia.



Download: Megaupload Easy-share Rapidshare

Nenhum comentário:

Postar um comentário