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sábado, 16 de julho de 2011

The King of Limbs: Uma reação à In Rainbows

Radiohead - The King Of Limbs (2011)


Três anos após o lançamento de In Rainbows (2007), um álbum que modificou a maneira de divulgação no meio musical (você escolhia o preço pelo qual gostaria de baixá-lo no site), a banda Radiohead anunciou que estava no processo de finalização de um novo trabalho.
The King Of  Limbs não é um álbum imediato como o antecessor. Aqui, as faixas se complementam, dando continuidade uma à outra. 
O uso de meios diferenciados pela banda para a divulgação de seu trabalho não se resume à In Rainbows: The King Of Limbs foi transformado em um jornal. The Universal Sight traz poesia, letras e pequenas histórias escritas pelo artista plástico Stanley Donwood, que vem colaborando com a banda desde os anos 90, quando produziu a capa do histórico The Bends (1995).
A escolha de Lotus Flower como primeiro single pode não ter ajudado no desempenho do álbum. O videoclipe, em preto-e-branco, traz Thom Yorke fazendo uma dança que fez com que as atenções se voltassem mais para as paródias inspiradas por ele.
Bloom, a faixa de abertura, dá a impressão de ser uma meditação flutuando sobre uma textura atmosférica criada pelos sintetizadores e pela bateria num ritmo quase que militar. A letra é de um lirismo surreal que remete à Weird Fishes (In Rainbows). Apenas em Kid A (2000) e The Bends as faixas de abertura foram tão impactantes e definiram tão bem o restante do álbum quanto Bloom em The King Of Limbs.
No período pré-King Of Limbs, Thom Yorke passou uma temporada no Brasil, o que parece ter influenciado nos ritmos quase nordestinos de MornigMr.Magpie e Littlebylittle.
Feral é uma faixa instrumental que poderia se encaixar facilmente na tracklist de Kid A ou Amnesiac (2001), apesar do excesso na parte da percussão.
Remetendo à excelente piano-balada de In Rainbows Videotape, Codex é uma faixa de um minimalismo por vezes dolorido. Após a parte cantada, sobre um mesmo riff de piano, os sintetizador dão à Codex um final magistral, novamente trazendo à tona a atmosfera de Kid A.
Nesta mesma linha de sonoridades simples e minimalistas entramos em Give Up The Ghost, uma faixa com ar de complemento à Codex. Igualmente fascinante.
A faixa de encerramento do álbum traz, mais uma vez, a sensação de que nada é imediato. Separator vai crescendo num ritmo que nos prende. Há uma parte da letra no qual Thom Yorke diz: "se você pensa que acabou, está muito enganado". Um aviso de que teria mais alguma novidade em breve: dois meses após o lançamento de King Of Limbs, a banda liberou um EP com duas faixas inéditas. 
O oitavo álbum do Radiohead é o mais curto dentre todos os outros, com pouco mais de meia hora de duração. Porém, basta ouvi-lo para perceber que a duração não tem relação alguma com desgaste na força de criação ou inovação por parte da banda. 
Com certeza um dos melhores de 2011.








Download: Mediafire



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