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domingo, 21 de agosto de 2011

XX: Simplesmente sensações

The XX - XX (2009)



O aclamado álbum de estréia dos XX perdura como um enigma sem solução: ao mesmo tempo em que os quatro jovens membros da banda nos mantém imersos em uma atmosfera cinzenta por quase quarenta minutos, somos introduzidos à uma música livre de claustrofobia, com sonoridade dispersa e minimalista, mas nunca depressiva. 
A simplicidade pop e a intimidade discreta de cada uma das faixas de XX fez com que a banda fosse classificada instantaneamente como uma das revelações recentes mais importantes da história da música do Reino Unido, fato semelhante ao ocorrido com o Oasis em meados dos anos 90. Mas ao invés da proposta de revitalização da idolatria à música britânica, The XX tem como intuito apenas despertar sensações, .sem jamais assumir a posição de deuses da revolução musical. É como se os quatro membros da banda estivessem envolvidos por uma mesma aura e compartilhando confidências.
A faixa de introdução do álbum homônimo do The XX se tornou trilha sonora de várias séries televisivas, sendo também utilizada com frequência pela NBC durante a cobertura das Olimpíadas de Inverno de 2010.
VCR soa como uma canção de ninar construída sobre uma melodia repetitiva tocada em xilofone. Lançada como quarto single de XX, traz como b-side a excelente Insects, faixa com forte influência do post-punk dos anos 80.
Crystalised tornou-se a canção mais divulgada e, consequentemente, conhecida da banda ao ser lançada como primeiro single do álbum. As guitarras lânguidas e o sintetizador usado em dosagem correta tornam Crystalised uma canção estática e sinuosa ao mesmo tempo. É notável a regravação feita pelos membros do Gorillaz, na qual a belíssima canção torna-se ainda mais constante na voz de Damon Albarn, o eterno Blur.
Em outubro de 2010, a cantora colombiana Shakira lançaria Sale El Sol, um álbum de música pop bem sucedido comercialmente que trazia uma versão inusitada de Islands, uma das melhores faixas dos XX. A canção subiu da posição 39 para a 34 no Top 40 do Reino Unido depois da indicação ao Mercury Music Prize recebida pela banda neste mesmo ano.
Depois da ingênua Heart Skipped a Beat, entramos na atmosfera embriagante de Fantasy, com seus ecos cavernosos, seguida de Shelter, cover da inglesa Birdy.
O único deslize dos XX na divulgação do seu álbum de estréia foi a escolha de Basic Space, uma faixa tediosa focada na percussão, para ser lançada como segundo single.
Infinity é uma canção sensual, hermética e inconstante que foge da sonoridade repetitiva de algumas canções de XX. Uma faixa de pop furtivo perfeita para uma banda iniciante.
Apesar de nunca soar depressivo, XX certamente não foi produzido para ser ouvido em uma dia ensolarado. Os nomes da últimas duas faixas do álbum reforçam esta ideia (Nighttime e Stars).
XX soa quase como um álbum conceitual: sempre coesivo. A sonoridade da banda é fria, mas não deixa de ser aconchegante. Pouco depois do lançamento do álbum, a guitarrista e tecladista Baria Qureshi deixou o grupo, que afirmou que esta não viria a ser substituída, o que veio a gerar inúmeras especulações acerca do futuro do The XX. 
Mesmo antes da estréia da banda, a revista NME havia classificado-a como uma das bandas mais promissoras da Inglaterra. Resta esperar se este é um álbum único ou o primeiro de uma carreira brilhante.


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